terça-feira, 27 de março de 2012

O papel do trade marketing de serviços


Nos anos 90, a significativa influência do mercado varejista sobre a decisão de compra dos consumidores fez com que o poder de negociação entre o revendedor e o produtor trocasse de mãos

O business costumer está em constantes transformações. O cliente está cada vez mais exigente e, manter sua fidelização, está cada dia mais complicado. A crescente concorrência dos mercados globais, aliada à forte exigência dos clientes e o clamor da sociedade por ações de cidadania e respeito ao meio ambiente estão provocando profundas alterações sistêmicas e endêmicas no universo corporativo. Essas empresas, ávidas para se manterem na liderança de seus segmentos, têm que acompanhar as mudanças e adotar novas estratégias.

Nos anos 90, a significativa influência do mercado varejista sobre a decisão de compra dos consumidores fez com que o poder de negociação entre o revendedor e o produtor trocasse de mãos. As indústrias tiveram que adotar um novo foco em suas estratégias de marketing. Era o início do Trade Marketing. No século XXI, é a vez das empresas de serviços começarem a olhar com outros olhos as suas relações B2B.

Graças à sua eficiência nos resultados corporativos, o Trade começa a ser incorporado pelo setor de serviços. As tradicionais negociações de compra e venda passam a ser feitas por gestores de contas especializados nos conceitos de Trade Marketing. A nova função foca as alianças estratégicas, a inteligência competitiva e a manutenção de negócios de longo prazo.

De fato, a filosofia que envolve oTrade Marketing é vital para o sucesso das operações e pode ser adotada por qualquer setor de mercado. Sua visão mais abrangente coloca sua meta no desejo de compra do consumidor, quer por serviços ou produtos, ou seja, busca a melhoria do relacionamento com os clientes de forma geral, sejam consumidores finais, distribuidores ou intermediários. É a aplicação da famosa máxima 'pensar global e agir local'.

Atividade complementar da área de Marketing, para funcionar o Trade Marketing utiliza um mix de ferramentas, as quais estabelecem ações voltadas à conquista e fidelização do cliente final. Da mesma forma que a venda de produtos no varejo não é feita para o varejista, mas por meio deste, no Trade Marketing de Serviços, os representantes de vendas são participantes fundamentais na cadeia de relacionamento com o cliente final. São eles os grandes influenciadores na compra dos serviços e que também desenvolverão estratégias de marketing direcionadas aos seus canais de venda específicos. Seu objetivo será sempre o de descobrir como satisfazer o desejo de cada cliente individualmente, conhecer seus hábitos e preferências para definir quais as mídias e as mensagens que serão utilizadas na comunicação direta com esse público-alvo.

A implantação do Trade Marketing na área de serviços exige uma relação de confiança entre a matriz, os negociadores e os clientes finais. Esse amadurecimento deve valorizar o ganho mútuo e o relacionamento de longo prazo. Tal é sua importância, que já existem grandes empresas de serviços que dedicam equipes inteiras a um só cliente corporativo. Sua atividade já não se restringe somente ao fechamento da venda, mas à gestão estratégica responsável pela manutenção de tais contas, desvinculando a ideia de que somente o preço é fator decisivo. Sua atenção também está voltada para o valor agregado ao serviço: expertise, marca, benefícios, parcerias, garantias, agilidade e outras vantagens.

A marca permanece como o grande diferencial da organização, porém, as ações pontuais entre os setores da empresa e os gestores de contas passam a dar espaço a atividades integradas, à visão estratégica de longo prazo e a promoção de ações conjuntas, envolvendo toda cadeia de negócios, com foco em melhores resultados.

Já a escolha do Trade Marketer ou negociador é fundamental para que a área funcione como um relógio. O responsável pelo Trade Marketing precisa ter uma capacidade multidisciplinar, uma visão integradora e um forte poder de negociação. Esse profissional não é apenas mais um vendedor de serviços, é, antes de tudo, um consultor, um conhecedor das necessidades de seus clientes e um planejador com a capacidade de diagnosticar cada cenário, com a criatividade de antever as ações necessárias para o manejo das melhores práticas em cada caso. Deve ser um estrategista e conhecer profundamente a cultura da empresa que representa e aquilo que, de fato, pode oferecer a cada cliente numa atitude pró-ativa.

Em sua rotina diária deve interagir com o cliente, ser um gestor em busca de soluções duradouras, integração e relacionamento cooperativo. Além dessas qualidades deve ser um inovador nato, cujas habilidades se diferenciam como valor agregado aos serviços oferecidos no gerenciamento de contas especiais. Deve ter em mente que o resultado final da organização, como um todo, é obtido por meio da otimização de cada ação individual.

Somente com essa visão mais abrangente e pelo trabalho conjunto e coordenado dos times da organização, o Trade Marketing de Serviços poderá alcançar seus objetivos de lucratividade para a empresa e na satisfação das necessidades do cliente final.

terça-feira, 20 de março de 2012

As Havaianas


Como a Alpargatas transformou as sandálias Havaianas numa das raras marcas brasileiras conhecidas – e valorizadas – no exterior


Elas estão nas prateleiras de lojas de departamentos chiques como Saks Fifth Avenue e Bergdorf Goodman, em Nova York, e Galleries Lafayette, em Paris. Ocupam espaço em vitrines da badalada Via Spiga, em Milão, dividindo a cena com as marcas Dior e Prada. No ano passado, foram as sandálias escolhidas pelo estilista francês Jean-Paul Gaultier para calçar as modelos que desfilaram sua coleção de verão. Personalizadas, chegam a custar 100 libras (quase 500 reais) em algumas modernas lojas inglesas. As brasileiríssimas Havaianas, lançadas pela São Paulo Alpargatas em 1962, são a bola da vez na cena fashion internacional. O chinelo de borracha que já foi considerado “coisa de pobre” no Brasil, hoje enfeita pezinhos milionários, como as das atrizes Julia Roberts e Sandra Bullock, e os das top models Naomi Campbell e Kate Moss. As Havaianas de hoje – como as de antigamente – não soltam as tiras e não têm cheiro. A diferença é que, agora, elas vendem pra dedéu lá fora.

Nos últimos anos, a receita gerada pela exportação do produto – um aparentemente simples chinelo de borracha – praticamente quadruplicou. A expectativa da Alpargatas é que neste ano sejam vendidos 5 milhões de pares no mercado internacional. Tal volume ainda é pequeno quando comparado à produção total da empresa – em 2002 foram fabricados mais de 130 milhões de pares de calçados, sendo 115 milhões de Havaianas. Em 2001, as vendas do produto no varejo atingiram 600 milhões de reais. (A Alpargatas também é dona das marcas Rainha, Topper, Mizuno e Timberland). No entanto, a curva ascendente do produto indica para o carioca Fernando Tigre, presidente da empresa, que um grande desafio poderá ser cumprido. “Até o final de 2004, 15% do nosso faturamento deverá vir das exportações”, diz ele.

Para chegar lá, montanhas de pares de Havaianas terão de ser vendidos. No ano passado, apenas 3% do faturamento da empresa foi gerado com exportações. “Seria uma meta fácil se o presidente não fosse tão cabeça-dura”, diz Tigre, sobre ele mesmo. “Quero exportar uma marca e não um produto”. Calcule quantos bens de consumo fabricados no Brasil têm sua marca reconhecida no exterior e você terá uma dimensão do desafio imposto por Tigre.

O trabalho de construção de uma marca internacional ganhou fôlego em janeiro de 2001, com a contratação de executiva paulista Angela Tamiko Hirata para o cargo de diretora de comércio exterior. “Até então, nossa estratégia de exportação era oportunista, e a pessoa que cuidava da área nem falava inglês”, afirma Tigre. Filha de japoneses, Angela havia pisado na Alpargatas dois anos antes para trabalhar como consultora de mercado externo. Para fazer a Havaianas brilhar lá fora, ela lançou mão de duas competências pessoais. A primeira delas, a fluência em quatro idiomas – além do japonês, herdado dos pais, Angela fala inglês, espanhol e italiano. A outra, a experiência com exportação de calçados. De 1989 a 1997, ela foi a responsável por abrir o mercado asiático para a gaúcha Azaléia, a maior fabricante brasileira de calçados femininos e de tênis. “A percepção do mercado internacional nessa época era de que o sapato brasileiro não tinha muita qualidade”, diz. “Foi aí que aprendi o valor que uma marca pode ter”. Angela não carrega nenhum dos estereótipos dos executivos ligados ao mundo da moda. Aos 59 anos, fala baixo – mas firme –, veste roupas discretas, quase apagadas, e mantém o cabelo cortado no clássico estilo chanel. Mas foi sob o seu comando que as exportações das antes prosaicas sandálias de borracha deslancharam. Quando Angela assumiu o cargo, a Alpargatas exportava para 15 países, a maioria deles na América Latina. Atualmente comandando uma equipe de 15 pessoas, ela faz os produtos da Alpargatas chegar a 52 mercados espalhados pelo mundo.

Uma de suas primeiras medidas para chegar a esses destinos foi reorganizar a rede de distribuidores. Na Europa, por exemplo, a mudança foi drástica. Até 2001, a Alpargatas tinha um distribuidor em Portugal, encarregado de repassar os produtos também para a França e para a Itália. Não funcionava. “O revendedor não pensava na marca, e sim no volume”, diz Angela. A solução foi afastá-lo do negócio e buscar parceiros mais afinados com o novo posicionamento.

O mesmo aconteceu nos Estados Unidos. Depois de uma discussão com um distribuidor que insistia em levar as Havaianas para a rede varejista Wal-Mart – para ganhar escala –, Angela percebeu que era preciso encontrar um novo representante. A escolhida para substituí-lo foi a americana Kerry Sengstaken, então assessora de imprensa de Alpargatas nos Estados Unidos. Dona da Stylewest, empresa de relações públicas da Califórnia especializada em moda surfe e praia, Kerry conhecera as Havaianas três anos antes, durante uma feira californiana de produtos para surfe. Adorou o produto e logo depôs foi contratada para divulgá-lo no maior mercado do mundo. A partir daí, começou a mandar sandálias para os jornalistas de moda a cada três ou quatro semanas. “No início, eles não se empolgaram”, afirma Kerry. “Mas depois passei a receber ligações de editores pedindo novos pares”.
Apesar de as havaianas ganharem páginas nos editoriais de moda das edições americanas de revistas como Elle, Cosmopolitan e Vogue, as vendas não deslanchavam. Kerry então decidiu mostrar pessoalmente à diretoria da Alpargatas um plano de marketing que impulsionasse as vendas. “Eles gostaram tanto que resolveram me entregar a distribuição”, diz Kerry. Foi dela, por exemplo, a idéia de distribuir as Havaianas aos indicados ao Oscar deste ano. Dois meses antes da cerimônia, Kerry montou uma operação de guerra. Pediu à Alpargatas que fosse desenvolvido um modelo sofisticado, decorado com cristais austríacos Swarovski e uma caixa especial para colocar o calçado. Paralelamente, entrou em contato com os agentes das 61 celebridades indicadas ao prêmio – entre elas, Jack Nicholson, Nicole Kidman e Renée Zellweger – para saber que número calçavam. No dia seguinte à premiação, todos eles receberam sua sandália. Iniciativas como essa devem ajudar a Alpargatas a vender 1 milhão de pares de Havaianas aos varejistas americanos neste ano.

Os antigos distribuidores em linha com a nova estratégia da empresa foram mantidos. É o caso da brasileira Amélia Maribondo, uma estilista de 40 anos que desde 1997 é responsável pelas vendas das Havaianas na Austrália. Para lançar o produto por lá, ela também recorreu aos formadores de opinião. No primeiro ano, vendeu 2500 pares – cada um deles custa, em média, 11 dólares.

Kerry e Amélia têm algumas características parecidas: ambas são jovens, atuam em mercados que lhes são familiares e têm afinidade com o produto. Trata-se do perfil de distribuidores perseguido pela Alpargatas. “Lá fora a marca está em fase de posicionamento, por isso o cuidado com a distribuição é fundamental”, diz Paulo Pereira Lalli, diretor da área de sandálias da empresa.

Para levar as Havaianas a esses mercados, a Alpargatas evitou a publicidade de massa e apostou em iniciativas alternativas. No Havaí, patrocina um campeonato de surfe. Na França, faz parcerias com a MTV local que lhe garantem exposição a baixo custo. Neste ano, a verba para o marketing das sandálias não chega a 4 milhões de reais. “Nossa única mídia mundial é a revista Wallpaper, que tem tiragem de apenas 150 000 exemplares e chega aos formadores de opinião do mundo todo”, afirma Rui Porto, diretor de comunicação e mídia da Alpargatas. Será que no futuro isso será suficiente? “Essa é uma estratégia de entrada, mas não será de manutenção”, diz Ângela da Rocha, coordenadora da área de marketing e negócios internacionais do Coppead, instituto de pós-graduação em administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “As Havaianas são um produto fácil de ser copiado e, para se defender da pirataria, em algum momento será preciso investir agressivamente em marketing”. (Na verdade, a pirataria á começou. A Nigéria hoje abastece boa parte da África com cópias das sandálias brasileiras).

O desenvolvimento de produtos específicos para o mercado externo foi outro ponto trabalhado pela Alpargatas. O mercado australiano, por exemplo, conta com quatro cores exclusivas de sandálias, entre elas o verde-militar e o cáqui, e com modelos também inéditos, como o camuflado. “Se houvesse mais flexibilidade na fábrica, poderíamos lançar outras novidades”, diz a distribuidora Amélia. Para os franceses que insistem em calçar seus chinelos mesmo no inverno, a Alpargatas criou uma meia para ser usada exclusivamente com as sandálias. Até mesmo a numeração teve de ser ampliada: enquanto aqui os modelos masculinos vão até 44, os exportados chegam a 46.

Mas quanto tempo vai durar a febre das Havaianas no mercado internacional? “Renovar o interesse do consumidor estrangeiro na marca é o grande desafio”, afirma Amyris Fernandez, professora de marketing do Ibmec, de São Paulo. No livro O Ponto do Desequilíbrio (editora Rocco), o jornalista americano Malcolm Gladweel analisa como acontecem as epidemias: das novas tendências de roupas ao surto de determinadas doenças. Um dos casos estudados por Gladweel é o dos tênis Airwalk que, depois de explodir nos Estados Unidos no início da década de 90 como um calçado para esportistas e gente antenada com a moda, sofreram um extraordinário declínio das vendas a partir de 1997. Por quê? O fabricante deixou de ouvir o consumidor – e de fabricar o que ele gostaria de comprar – e massificou as vendas. As lojas especializadas, que até então recebiam modelos exclusivos, passaram a ter nas prateleiras os mesmos produtos das grandes redes varejistas de calçados. O Airwalk, como objeto de desejo, desapareceu. A fim de evitar um destino semelhante, a Alpargatas se prepara para lançar uma segunda marca no exterior, a Sea Club. “Com ela poderemos chegar às grandes cadeias e aumentar o volume”, afirma Angela Hirata.

Não há dúvida de que o sucesso da marca no exterior seria mais difícil se as Havaianas não tivessem sido reposicionadas, algum tempo antes, no mercado interno. Até 1993, havia apenas um modelo de sandália – aquele de duas cores, eternizado em comerciais protagonizados pelo humorista Chico Anysio –, cujas vendas haviam estacionado em 76 milhões de pares. No ano seguinte, foi lançada a versão monocromática, que deu cara nova a um produto que permanecera intacto por mais de três décadas. A partir daí, as campanhas passaram a ser estreladas por musas como Vera Fischer, Malu Mader e Luma de Oliveira, e os novos modelos se multiplicaram. Atualmente, os chinelos podem ser encontrados tanto em bancas de camelôs, quanto na paulistana Daslu, a butique mais sofisticada do país. A diferença está, basicamente, nos pés de quem vai calçá-los.

MAIOR E MAIS FORTE
A compra da Santista Têxtil é mais um passo para a consolidação no exterior

Em 18 de junho, a São Paulo Alpargatas e a Camargo Corrêa (sua controladora, com mais de 61% do capital votante) anunciaram a compra da Santista Têxtil, com faturamento de 1 bilhão e lucro de quase 78 milhões de reais em 2002. Com a venda (cujo valor não foi divulgado), saem de cena o grupo Bunge e o Bradesco, que detinham, respectivamente, 45% e 10% da Santista Têxtil. O controle, a partir de agora, passa a ser compartilhado pela Alpargatas e pela Camargo Corrêa, únicos donos da empresa.

A compra sinaliza dois movimentos. O primeiro deles, a opção pelo setor têxtil como um dos negócios prioritários da Camargo Corrêa, que atua também nas áreas de engenharia, de cimento e de energia. Em janeiro deste ano, o grupo assumiu o controle da Alpargatas (da qual já era acionista, com 38,5% das ações ordinárias) ao adquirir a participação de 22,7% que o Bradesco possuía na empresa. Além disso, a Camargo Corrêa é dona também da Companhia Jauense Industrial, fabricante de tecidos localizada no interior paulista.

O segundo movimento é tentar aumentar ainda mais as exportações da Alpargatas. No ano passado, quase 45% do faturamento da Santista Têxtil foi gerado pelas vendas para o mercado internacional. Com cinco fábricas no Brasil, duas na Argentina e uma no Chile, a empresa tornou-se uma das maiores fabricantes de denim do mundo.

Não é difícil enxergar as possibilidades de sinergia entre o jeans da Santista Têxtil e as Havaianas da Alpargatas. “Estamos estudando, por exemplo, a distribuição conjunta em alguns mercados”, diz Fernando Tigre, presidente da Alpargatas. Tigre, aliás, já começou a sentir os efeitos da mudança. Nos próximos dias ele deverá anunciar sua saída da presidência da Alpargatas, cargo que ocupa desde 1997. Mas não romperá o vínculo com a empresa. Continuará presidindo o conselho de administração e também terá assento nos conselhos da Camargo Corrêa e da Santista Têxtil.




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quinta-feira, 15 de março de 2012

Marketing sensorial


 Marketing sensorial: como atrair o cliente para o ponto de venda

Apresente novidades sempre. Como o marketing sensorial é um artifício usado há muito tempo pelas marcas dentro do varejo, o que se destaca agora é explorar os sentidos de forma estratégica, relacionando as experiências de consumo aos conceitos que as marcas querem transmitir

Quem nunca ouviu falar em "amarrar o marido pelo estômago"? Os sentidos humanos são explorados há muito tempo e para as mais diversas finalidades. Não poderia demorar para que este artifício viesse a ser descoberto e amplamente utilizado para atrair consumidores. O marketing sensorial, principalmente no ponto de venda (PDV), já deixou de ser uma tendência: hoje é realidade cada vez mais presente no cotidiano dos shoppers brasileiros.

Além da visão, principal ponto de contato e atração do cliente, quer seja pela embalagem, exposição do produto ou ambientação de vitrine, o olfato, com a aplicação de aromatizadores; o paladar, com sessões de degustação; e o tato, com experimentação tátil, aplicação e até uso do produto, já se tornaram iscas e vêm sendo explorados não só por lojistas, mas até por empresas de prestação de serviços. Como, então, avaliar o modelo ideal e inová-lo?

A preparação é um bom primeiro passo. Se os profissionais de marketing e seus promotores não forem bem treinados, poderão, inclusive, usar a abordagem aos sentidos contra a marca que querem divulgar. Portanto, não basta apenas criar uma comunicação atrativa para divulgar um produto ou posicioná-lo corretamente na gôndola, é preciso reter e envolver o shopper possibilitando que ele conheça, por experiência própria, todas as funcionalidades e benefícios que aquele produto pode lhe proporcionar.

Cientes disso, muitas empresas têm investido numa abordagem mais interativa e completa, que possibilita uma verdadeira experiência sensorial aguçando todos os canais receptores do consumidor na tentativa de gerar maior identificação com seus produtos.

Conhecer o público-alvo é fundamental. Afinal, não se atinge quem não foi identificado, estudado, quem não sabemos onde está e o que faz. Sabendo com quem conversamos, é possível oferecer mais do que uma experiência sensorial levando o consumidor a uma experiência emocional. São essas ações que geram um vínculo de relacionamento e fidelização difícil de ser quebrado.

Apresente novidades sempre. Como o marketing sensorial é um artifício usado há muito tempo pelas marcas dentro do varejo, o que se destaca agora é explorar os sentidos de forma estratégica, relacionando as experiências de consumo aos conceitos que as marcas querem transmitir, a fim de transformar as sensações provocadas em diferenciais competitivos exclusivos, que não poderão ser transmitidos por outra empresa e nem mensurados graficamente. E é nítido como os investimentos nesses diferenciais e personalização cresceram nos últimos anos, principalmente no que diz respeito a tecnologias, que permitem abordagens sensoriais inovadoras.

O paladar deve ser aguçado por meio de uma ação de degustação diferente daquela já velha conhecida das donas de casa que passeiam pelos corredores dos supermercados. Um exemplo: em uma ação de Hot Danette o produto foi aquecido e usado em uma receita diferente, exclusiva, preparada na hora para o shopper. Nesse sentido, tudo o que for criativo e diferente vai marcar o paladar e a mente do consumidor.

Já o olfato pode ser explorado conferindo ainda mais personalidade ao ambiente. É como se a empresa quisesse transferir ao produto e, consequentemente à marca, uma sensação humana, próxima, com alma. Por exemplo, mesmo que o café instantâneo não exale nenhum odor, a Melitta já utilizou um aromatizador de ambientes para passar ao consumidor o conceito de "café instantâneo com cheirinho de café feito na hora". Essa estratégia aproxima o consumidor, promove um espaço acolhedor, mas é necessário, porém, ter cautela quanto ao exagero da quantidade ou excesso de essências distintas em um mesmo ambiente.

Num outro aspecto, está a visão, que pode ser atraída com um design diferenciado de embalagem, além de uma forma criativa de expor o produto no PDV (pilhas de produtos, ilhas, gôndolas ou até displays e demonstradores exclusivos). Pensando nisso, a Banana Boat, por exemplo, levou guarda-sóis de 2,5 metros de altura para o PDV, valorizando a localização dos produtos da marca. Porém, o excesso de cores e imagens cansa, ou seja, é bom evitar os exageros que causam a poluição visual. A marca deve ter destaque sem que as muitas mensagens venham a confundir o seu público-alvo, escolhendo cores que transmitam sua ideologia.

Já no caso da audição, a ação está em surpreender o shopper com uma mensagem direta ou distraí-lo enquanto ele visita o PDV. A Johnson&Johnson , em parceria com a Fundação Gol de Letra, criou um display com sensor de presença, no qual o Raí, presidente da ONG, explicava como participar da primeira promoção multimarcas da companhia. Porém, se a opção for musical, é necessário ter extremo cuidado: músicas devem ser adequadas aos ambientes, quer seja para a loja ou até mesmo na espera telefônica de uma ligação. Em lugares mais agitados a música alta pode atrapalhar e causar sensação de pressa, movimento, quando muitas vezes o que se espera é justamente o contrário.

Escritórios, lojas e supermercados podem dispor de uma rádio interna própria, com seleções de músicas que envolvam o ambiente e tenham em sua programação a identificação certa com o perfil dos clientes, num volume ideal ao seu público.

Por último, mas não menos importante, o tato. Afinal, quem não gosta de ver os produtos com as mãos? Ter essa pré-disposição à mesa deve ser encarado como algo positivo. Há marcas que preferem fazer do seu produto uma peça de museu, algo raro inacessível. É também uma estratégia, embora, as boas oportunidades para transformar o primeiro contato em algo memorável são muito melhor aproveitadas e geram maior resultado. Foi o que fez a Kimberly Clark no lançamento de uma linha de fraldas, com um display exclusivamente criado para o canal farma, na qual o shopper poderia tocar e sentir a inovação do produto. Deixar os produtos ao alcance dos consumidores, e livres para manuseá-los é, sem dúvida, contribuir para agradáveis experiências, muitas vezes inesquecíveis.


Qualquer que seja a ação, as opções sensoriais no PDV são inúmeras, combiná-las de forma coerente e na medida certa é que é o grande desafio das agências de comunicação. O grande diferencial para a realização desse tipo de trabalho consiste no alinhamento afinado com o cliente e no relacionamento com fornecedores e parceiros: conhecer empresas capazes de realizar trabalhos diferenciados é essencial para criar ativações de destaque.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

O Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras 

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Ainda em nosso país, há poucos anos, foi aprovada a Lei Maria da Penha, como resultado da grande luta pelos direitos da mulher, garantindo bons tratos dentro de casa, para que não sejam mais espancadas por seus companheiros ou que sirvam como escravas sexuais deles.

Mas a mulher não desiste de lutar pelo seu crescimento, o dia 8 de março não é apenas marcado como uma data comemorativa, mas um dia para se firmarem discussões que visem à diminuição do preconceito, onde são discutidos assuntos que tratam da importância do papel da mulher diante da sociedade, trazendo sua importância para uma vida mais justa em todo o mundo.

“Mulher é mesmo interessante, mesmo brava é linda, mesmo alegre, chora, mesmo timida, comemora, mesmo apaixonada, ignora, mesmo fragil é poderosa!”