quinta-feira, 17 de maio de 2012

A CRIATIVIDADE COMO ENERGIA


Sua aplicação à gestão de recursos humanos





O problema:
O estudo e conceitualização da criatividade se caracterizou pelos avanços dasdiversas correntes da psicologia, psico-pedagógicas e das ciências da administraçãocom o passar do século XX. O paradigma analítico primeiro e o interpretativo ecrítico depois  há circunscrito, quandonão freado, as considerações teóricas e a maior parte das pesquisas sobre acriatividade organizacional. Tudo que se escrevia e ensinava sobre criatividadeestava marcado por uma determinada visão da realidade, da construção doconhecimento e da prática criativa dominante.
Umabreve resenha ou percurso das etapas nos permite contextualizar o ponto debifurcação ou mudança conceitual. A primeira metade do século XX dominou o quechamamos imaginação criadora. A partir de 1950 se incorpora o termo criatividadesob o conceito de capacidade ou processo mental para gerar idéias e resolverproblemas. Esta visão segue hoje dominando muitas comunidades científicas deestudiosos da criatividade. Define-se como  capacidade cognitiva ou mental. A correntehumanista, entretanto, introduz uma consideração atitudinal do crescimento criativocom o conceito auto-realização de autores como Maslow, Rogers e From. Na décadados anos 60-70, convivem ambas as concepções.
Nadécada dos 80 se abre a considerações axiológicas. sociais e pedagógicas como éa criatividade paradoxal: A coragem para converter a adversidade em transformaçãovaliosa. Segue prevalecendo a influência psicológica nas visões que servem de basee fundamento à reflexão, com autores como Sternberg que percebe a criatividadecomo investimento e tomada de decisões; Teresita Amabile  que realça a vertente social em seu modelo componencial;Howard Gardner que foca os níveis de análise da pessoas: subpessoal, pessoal, interpessoal,multipessoal; Csikszcentmihalyi nos abre a porta a uma nova concepção aoentendê-la em termos de fluxo sistêmico e sua tríade de pessoa, âmbito e campotransformado. Excluindo o enfoque de Mihaly vemos que a maioria dos autorescontinua considerando a criatividade como um processo de geração de idéias. Masdevemos seguir mantendo esta concepção? Não será que essa idéia é o reflexo uma física corpuscular, estável emensurável?
Estase outras teorias têm em comum o predomínio do psicológico e o cognitivo sobreoutras considerações da física, a biologia, a neurociência, a filosófico einclusive a transpessoalidade e espiritualidade.  marginaram o papel do sentir, da vivencia, dopapel dos outros, e é obvio dos avanços da epistemologia e a física quântica denossos dias. Possivelmente a mecânica quântica determinará uma revolução nasfuturas teorias e práticas educativas, sociais, computacionais e de saúde.

Em busca de outroolhar:
Minha intenção neste texto é despertar a consciência submetida e enjaulada noparadigma positivista. Alertar e explorar um novo paradigma ecossistêmico,interativo e relacional, que toma em consideração os níveis de percepção, da consciênciae de realidade através da vivencia e o sentir nos processos de conhecer.  A visão radicalmente nova que estouanunciando é a transdisciplinar, isto é, tomar em consideração não só oconhecimento proveniente da interdisciplinaridade, a não ser o que está entre,através de e além das disciplinas. Aproximar-se da criatividade e não sórefletir sobre ela. É senti-la como impulso, como vibração, como energia. Étransgredir as formas para entrar no campo invisível, não mensurável demomento, da vibração ou fluxo transformador, da relação mente-cuerpo, dapresença interativa do cognitivo, emocional, corporal e trascendendente  na ação contextualizada. Toda ação, é ação ecológica,afirma Maturana.  Quer dizer em relaçãocom os estímulos meio-ambientais. Se o fato criativo comportar interações,cooperações, co-construções,  todo atocriativo é expressão de ações ecológicas, conclui Maria C. Moraes.
Osreferentes deste novo olhar ecossistêmico e transdisciplinar sobre as relaçõessociais, a educação, a saúde, a criatividade, por nomear só alguns dos campos doconhecimento, tem que tomar em consideração as teorias de biólogos como Maturana,de neurocientíficos como Damasio, sociólogos como Morin, físicos e epistemólogoscomo Bohm, Binnig (premio Nóbel), Sheldrake, Wilber, Capra, químicos como Prigogine(Premio Nóbel), matemáticos como D’Ambrosio, Pedagogos como Moraes, Gutiérrez, Pineau, Torre,  empresários como Dee Hock, psiquiatrasadiantados a seu tempo como Jung ou atuais como Servem, espiritualistas como Osho,cientistas como Laszlo… Em soma conceitualizadores da transdisciplinariedadeque, em termos do Nicolescu,  tomam emconsideração os saberes das ciências e todo aquilo que está entre elas, atravésde e além das disciplinas. Refiro-me a estas fontes de autoridade para mostrarque não estou sozinho, que há muito avançado, que precisamos revisar nossasconcepções e práticas sobre a criatividade como conceito psicológicoexclusivamente humano, observável, predecivel e linear. Muito pelo contrário éum fluxo de energia complexo, dinâmico, interativo, emergente e relacional deque estão dotados todos sistemas vivos em maior ou menor medida. 

Aplicação à prática ena gestão organizacional:
Acostumadoscomo estamos a ver a criatividade como geração de idéias, de alternativasoriginais e variadas, de solução de problemas ou de tomada de decisões, nãoresulta fácil imaginar dito conceito em termos de fluxo de energias dossistemas dinâmicos, nem como energia humana transformadora. Mas se observarmoscertos comportamentos humanos desde esta óptica veremos que o ser humanoconecta e sintoniza emocional, mental, corporal ou transpessoalmente comestímulos que existem ao nosso redor. Um processo que comporta auto-organizaçãoa partir de dinâmicas e complexas relações nas que existem flutuações,bifurcações e emergências, por utilizar expressões da brasileira Maria Moraes.Neste sentido o que chamamos de criatividade seria fruto de ações e co-operaçõesentre objeto-sujeito-meio.
Vejamosatravés de alguns exemplos de que modo se traduzem estas idéias na práticacotidiana. Que brasileiro, quando saiu ao estrangeiro por certo tempo, não hásentido como seu corpo se eletriza e lhe atravessa uma corrente que lhepercorre da cabeça aos pés ao escutar o hino nacional ou uma música da suainfância?   “Pátria amada, Idolatrada, Salve!Salve!...”. Pelo corpo circula certa energia que nos estimula e emociona oupelo contrário nos estremece ao escutar falar de enchentes e desastres 
Quemnão se há sentido transformado ante um olhar, um sorriso, um beijo ou umencontro com uma pessoa? Como explicar que a palavra positiva ou a meditaçãomelhore a saúde ou reforce o sistema imunológico, conforme documenta S. Sirvam Schreiber?.Não podemos dizer que são apenas idéias, nem estritamente emociones, a não serfluxos de energia que vibram com nosso ritmo.
Emborarecorramos à consciência para explicar determinadas ações, esta explicação nãosempre resulta convincente. Como explicar a não ser pela existência de outronível de realidade e consciência, o insigh, a idéia que vem de repente, osencontros “casuais” ou sincronicidades que trocam nossa vida? O que dizer das premonições,desdobramentos, alteração de leis como a gravidade através da mente?
Estesconceitos são aplicáveis também à gestão e organização de instituições de serviços.Sempre que necessitarmos tratar com recursos humanos temos que pensar queexistem nas relações um intercâmbio de energia que ultrapassa o nível daconsciência. De igual modo que resulta impossível não comunicar quando duaspessoas estão uma frente a outra, assim como não gerar fluxos de aproximação oudistanciamento.  Poderíamos explicá-losem termos do encontro de campos eletromagnéticos. Desse modo, quando um diretorou gerente tem que entrar em contato com algum de seus empregados oucolaboradores, tem que sopesar gestos e palavras que vão carregadas de energiaeletromagnética e que alguns autores chamam de “aura”. 
Asinergia nas dinâmicas de grupos foi estudada por grupos sinécticosempresariais. Por isso as dinâmicas e geração de propostas dos grupos devem sersuperiores à soma das idéias individuais. A explicação não é mental, a não serquântica e vibracional,  dado que existemressonâncias no interior das pessoas. Uma sala de aula, uma escola ouorganização formal ou não formal, inclusive uma rede, geram campos energéticosde interação e daí seu poder formador ou deformador, dependendo do tipo devalores que preponderem. Em que está a diferença com as teorias psicológicas?Em que toda ação, omissão ou comunicação tem ressonância, cujos efeitos não sãoprevisíveis. Daí a importância de corrigir ou retificar quando deve fazer-se,sem ferir, reconhecendo os méritos das pessoas antes de lhes fazer observações.As mensagens negativas são como BOOMERANGS que retornam aoemissor.
PaulDeslaurers (2005) engenheiro e consultor de desenvolvimento organizacional foimais à frente ao descrever sua Zona de Alta Tensão (ZAF) mediante seiscaracterísticas da energização.  Ele descrevesua larga experiência de 25 anos de trabalho com grupos humanos e worshops dedesenvolvimento organizacional. O curioso é que algumas destas característicasjá se encontram no pensamento hindu (Sunkhya) a mais de 6000 anos. Mas o maissurpreendente é que os físicos utilizam essas mesmas características paradesvelar a constituição da energia quântica.
Quemconsegue alcançar a Zona de Alta Freqüência (ZAF), sejam pessoas, grupos,organizações ou sociedades, alcançarão cotas de rendimento, de êxito e deevolução superior. A vida é uma interação de campos energéticos. Funciona emtrês níveis de forma simultânea; o terceiro é o mais difícil de descrever.
1)A realidade comum, estado de consciência do mundo físico;
2)A realidade alterada presente em estados de conexão metafísica, física ouhipnótica;
3)A realidade mística, que é a consciência alterada,mediúnica e cósmica.
Asseis características da ZAF acompanham ao mundo da consciência, dos organismose do mundo subatômico. Em respeito à brevidade deste espaço só as enumero.
1.Relacional e holística. Desenvolver relações e interatuar de modo holístico.
2.Adotar a diversidade e manter um equilíbrio dinâmico.
3.Alimentar possibilidades e aprender a conviver com a incerteza
4.Manter-se receptivo e permanecer no fluxo
5.Criar conjuntamente a interação e reforçar o alinhamento
6.Cultivar a sinergia entre pessoas e grupos
Ascoisas não vêm sozinhas. É preciso desenvolver a consciência e recarregar oscampos energéticos se quisermos saltos quânticos nos resultados. Foi Einsteinquem disse: “Tudo que nos rodeia, incluídos nós mesmos, é feito de energia”.

Em resumo:
Aindafica muito por explorar, só pretendo despertar a curiosidade e o interesse portudo aquilo que não é visível nem mensurável a julgamento da ciênciatradicional. E um desses conceitos é a criatividade. A meu ver no momento continuavigente o fato de que , formar em criatividade é apostar por um futuro deprogresso, de justiça, de tolerância e de convivência. Criatividade é sentipensar  e fazer algo que repercuta em benefício dos outros.
Terminocom um texto que tiro da introdução à seção II da obra Compreender e avaliar acriatividade (Torre, 2006, pag. 99). A energia, o fluxo vibracional em palavrasde Sheldrake, Prigogine e Bohm, é o ponto de encontro entre a natureza criativaque evolui num movimento de dentro para fora, num tipo de “consciência cósmica”e a criatividade que transforma através do fluxo psicosocial, fruto dainteração entre a força interior e o meio. Duas formas de energia das múltiplasmanifestações ou emergências da consciência. Consciência e energia nunca seperdem, transformam-se.



Saturnino de la Torre
Consultor e Palestrante internacional, Mestre e Doutor em Criatividade, catedrático de Didática na Universidade de Barcelona; presidente de vários congressos e autor de mais de 40 livros sobre estes assuntos publicados em diversos países;pesquisador e diretor de vários grupos pesquisa espalhados pelo mudo; Presidenteda Associação para a Criatividade e co-fundador de outras instituições internacionais seu perfil esta no Who is Who in the World.

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